Jango
Jango olha.
Jango vê as árvores, os carros, as janelas, as sobrancelhas e os dentes, tijolos e grades, topos de prédios e tampos de bueiro.
Mas Jango não vê a cera no ouvido de seu companheiro.
Não vê o chiclete grudado no sapato.
Não vê o homem com sangue nos olhos e um punhal cravado no peito por quem passou na última esquina enquanto olhava as árvores e os carros e as janelas e as sobrancelhas e os dentes e os tijolos e as grades e os topos de prédios e os tampos de bueiro.
Pobre jango.
Jango cego.
Jango longe.
Jango vento.
Jango pó.
Jango vê as árvores, os carros, as janelas, as sobrancelhas e os dentes, tijolos e grades, topos de prédios e tampos de bueiro.
Mas Jango não vê a cera no ouvido de seu companheiro.
Não vê o chiclete grudado no sapato.
Não vê o homem com sangue nos olhos e um punhal cravado no peito por quem passou na última esquina enquanto olhava as árvores e os carros e as janelas e as sobrancelhas e os dentes e os tijolos e as grades e os topos de prédios e os tampos de bueiro.
Pobre jango.
Jango cego.
Jango longe.
Jango vento.
Jango pó.
Jango... Jango...
ResponderExcluirTadinho, tão triste e sozinho no mundo..
Ainda bem que ele saiu de dentro de você, e deixou o Marcos Estrela Solar brilhar sozinho, porque as estrelas estão sempre sós, mas nunca perdem o brilho que alcança os confins do universo...